Cabo Verde e as lições das vacinas para todos.
O Banco Mundial (BM), acaba de dedicar um largo artigo a cabo verde e nas lições dadas por esse país no combate à pandemia.
Pelo interesse publicamos alguns extratos do mesmo. Para quem quiser ler o artigo na integra pode fazê-lo AQUI.
A posição do Banco Mundial
Segundo o BM, desde 1990, Cabo Verde tem reduzido a pobreza mais do que qualquer outra nação africana e teve um progresso económico significativo – impulsionado em grande parte pelo rápido desenvolvimento do turismo.
Quando foi atingido pela COVID-19, Cabo Verde fechou as suas fronteiras para evitar a propagação do vírus, o que teve um grande impacto na vida e nos meios subsistência das pessoas. O turismo cessou de repente e muitos cabo-verdianos perderam os seus empregos.
Quando surgiram as primeiras notícias sobre uma vacina, foi uma esperança para a temporada de verão de 2021.
Mas a fragmentação do território de Cabo Verde tem criado tradicionalmente questões de conectividade significativas, assim como desafios para a prestação de serviços. Entregar vacinas a mais de 400.000 pessoas espalhadas por 10 ilhas não era um pequeno esforço.
Contudo, graças a um forte sistema de saúde e a uma sólida estratégia de abastecimento, Cabo Verde transformar-se-ia em breve num modelo para a resposta da comunidade internacional à COVID-19 – dando lições sobre como fazer campanhas de vacinação face a muitos desafios.
Com mais de 70% da sua população adulta totalmente vacinada, Cabo Verde tem a terceira maior cobertura de vacinação contra a COVID-19 na África Subsaariana, apenas inferior à de duas outras nações insulares: as Seychelles e as Maurícias.
Como Cabo Verde Impulsionou o processo da Vacinação
Um dos mais importantes componentes subjacentes a esta estratégia foi o lançamento do passe de saúde digital de Cabo Verde – o NHA card. Esta carteira digital foi concebida para fornecer às pessoas testes da COVID-19 e certificados de vacinação, assim como o acesso à telemedicina e outros serviços de saúde.
No final de Julho de 2021, o governo de Cabo Verde anunciou a introdução do passe de saúde, tornando obrigatória a apresentação de provas da vacinação contra a COVID-19 para ter acesso a eventos culturais, concertos, restaurantes, bares e viagens de longa duração de avião.
O NHA tem sido uma ferramenta crítica para ajudar a reabrir o país ao turismo e o passe é agora reconhecido pela União Europeia e válido em todos os países europeus.
“Esta medida tem tido um grande impacto no aumento da vacinação porque o povo de Cabo Verde gosta de festejar e participar em eventos culturais”.
Disse o Dr. Jorge Noel Barreto, coordenador da resposta à COVID-19 de Cabo Verde.
Mayra Silva, CEO da NOSI, a empresa digital público-privada que concebeu a aplicação NHA, disse que o seu objetivo era desenvolver um cartão que acompanhasse os cidadãos ao longo das suas vidas.
O objetivo é integrar outros certificados, por exemplo, para a febre-amarela, bem como consultas e exames médicos além dos da COVID-19.
“O sucesso de Cabo Verde tem duas vertentes: em primeiro lugar, o país já tinha um sistema de saúde que funcionava bem, com um bom historial de vacinação – por isso já era autossuficiente em cuidados de saúde básicos”.
“Em segundo lugar, entendeu que sem controlar a pandemia, não seria possível relançar a economia”.
“Desde o início, priorizou os recursos que tinha e colocou o dinheiro de lado, mesmo antes das vacinas serem aprovadas, para ter os fundos necessários e estar pronto para comprar vacinas e medicamentos”
Disse Eneida Fernandes, Representante Residente do Banco Mundial em Cabo Verde.
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Imagem: © 2022 Francisco Lopes-Santos