Carlos Vila Nova, tomou posse como Presidente de São Tomé e Príncipe (I).
O Engenheiro Carlos Vila Nova – que nasceu no norte da ilha de São Tomé, em 1956, na cidade de Naves – tomou posse neste sábado, 2 outubro 2021, como o quinto Presidente eleito da República Democrática de São Tomé e Príncipe.
Importante de notar que na cerimónia de investidura, esteve presente o “gigante “africano, a Nigéria, na presença do seu Vice-Presidente, Yemi Osinbaji.
Aliás, Carlos Vila Novas tinha estado em Abuja, recentemente, após ter ganho as eleições. Os dois países têm vários acordos de cooperação, incluindo no sector do petróleo e do gás.
Á saída do ato de posse, Osinbaji, explicou a importância da presença da Nigéria aos jornalistas presentes, entre eles, o correspondente de Mercados Africanos, Manuel Barros:
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O ato central decorreu no Palácio dos Congressos sede do parlamento e foi presidido pelo seu presidente, Delfim Neves que também disputou o cargo com Carlos Vila Nova e Pósser da Costa, mas ficou em terceiro lugar.
A sessão solene de investidura demorou um pouco mais de uma hora.
Houve apenas dois discursos, sendo o do Presidente da Assembleia Nacional e de Vila Nova, já empossado como novo Presidente da República.
O que mais demorou foram os momentos que antecederam a cerimónia com a chegada de mais de 300 convidados, entre nacionais e estrangeiros.
Entre eles destacam-se, para além de Yemi Osinbaji, os Presidentes da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló e de Portugal Marcelo Rebelo de Sousa e o vice-presidente de Angola Burnito de Sousa.
Cabo Verde – em plena campanha para as eleições presidenciais – esteve representado pelo ministro dos Negócios Estrangeiros, Cooperação e Integração Regional, a Guiné Equatorial fez-se representar pelo presidente da Câmara dos Deputados e o Gabão pelo presidente da Assembleia Nacional.
De realçar que tanto a Guiné Equatorial – que enviou 20 viaturas de alta gama e motas para batedores – como Angola – que disponibilizou também motas para batedores – solidarizaram-se no apoio a São Tome e Príncipe na logística da receção aos dignatários.
Contavam-se também a presença do ex-presidente da república, Fradique de Menezes e de vários representantes das organizações internacionais, regionais e sub-regionais.
Os momentos que mereceram destaque foram a chegada do novo Presidente da República e do Presidente cessante, ambos recebidos pelo Presidente da Assembleia Nacional, Delfim Neves na porta principal que dá acesso ao anfiteatro do palácio dos Congresso onde viria a decorrer o ato.
A entrada, o presidente eleito fez vénia à Bandeira Nacional e, ainda como Presidente da República, Evaristo Carvalho é recebido com honras militares e com entoação do Hino Nacional.
Logo depois iniciou-se a sessão solene de investidura do novo chefe de estado, tendo como ponto alto a troca de cadeiras entre os presidentes cessante e eleito, ao lado do Presidente da Assembleia, depois do Auto de Posse do Juramento.
Nessa altura, ouviam-se 21 salvas de tiros de canhão como manda a praxe em cerimónia de investidura dos chefes de estados.
Os dois discursos pronunciados durante o ato marcam o fim da Sessão Solene com os dois presidentes a cumprimentarem-se e a se despedirem.
No seu discurso, Carlos Vila Nova garantiu que é “doravante, presidente de todos os são-tomenses” e “já não importa o sentido de voto de cada um, o que importa é que se estabeleçam pontes e que se destruam os muros que nos separam e, enfim, que a Nação se una. Unidos seremos sempre mais fortes e evitaremos o desperdício da divisão”.
Um discurso que calou fundo a oposição e matou o receio muitas vezes esgrimido durante a campanha eleitoral, segundo o qual “votar em Carlos Vila Nova é votar em Patrice Trovoada, é votar na ditadura”.
Um deputado do partido do governo comentou ao Mercado Africano: “isso é discurso de um estadista que quer congregar toda família são-tomense numa causa comum”.
Carlos Vila Nova agradeceu a todo o povo são-tomense, residente no país e na diáspora, pela confiança nele depositado, considerando ser “um motivo de orgulho e uma motivação para trabalhar afincadamente na consolidação da democracia, da paz, da concórdia, do diálogo inclusivo, no progresso e no bem-estar do país”.
O engenheiro de telecomunicações, de 64 anos de idade, o mais novo presidente eleito na história da república admitiu que não é a eleição de um novo Presidente da República que marca o fim de todos esses males, sublinhando, contudo que “necessariamente tem que representar uma mudança, um novo arranque e um novo impulso para combater os males que apodrecem a sociedade são-tomense”.
(continua)