CEDEAO vai enviar tropas para a Guiné-Bissau.
Os Chefes de Estado da CEDEAO (Comunidade dos Estados da África Ocidental) reuniram-se nesta quinta-feira, 3 de Fevereiro de 2022, em Accra, capital do Gana, para uma Cimeira Extraordinária sobre o Mali, Guiné-Bissau, Guiné-Conacri e Burquina Fasso, segundo o comunicado a que Mercados Africanos teve acesso.
É de notar que contrariamente ao Mali, os líderes da CEDEAO pouparam sanções ao Burquina Fasso, palco de um golpe de estado a 24 de Janeiro de 2022, contra o presidente Roch Marc Christian Kaboré, e simplesmente pediram aos militares um calendário “bastante razoável” e rápido para o retorno à ordem constitucional.
A Cimeira que tinha sido convocada para se debruçar sobre a situação política no Burquina Fasso, o Mali e a Guiné-Conacri, teve também que abordar a instabilidade na Guiné-Bissau que tinha sido palco de uma ação armada que alegadamente reteve o presidente, primeiro-ministro e ministros no Palácio do Governo e que fez pelo menos 11 mortos e vários feridos.
Nesse contexto a CEDEAO decidiu:
“[….] tendo em conta os últimos desenvolvimentos, decidiu o envio de uma força de apoio à estabilização do país”, refere o comunicado final da cimeira que reafirmou “a condenação da tentativa de golpe de Estado e o apoio ao Presidente guineense, Umaro Sissoco Embaló”.
De notar que curiosamente – embora alegando as infeções da pandemia – as autoridades guineenses decretaram a proibição da realização de eventos sociais, culturais ou políticos e determina o encerramento de discotecas, bares, salas de festas e outros locais de diversão, incluindo em hotéis.
“É proibida a realização de atividades político-partidárias, nomeadamente comícios, reuniões de base, durante o período de vigência deste decreto”, refere o governo.
Durante a Cimeira o presidente de Gana, atual presidente da CEDEAO, Addo Nana Akufo-Addo foi muito firme. “O ressurgimento de golpes na nossa região é motivo de grande preocupação”, afirmou.
Em menos de dois anos, três presidentes democraticamente eleitos foram derrubados por golpes militares na sub-região da África Ocidental.
Segundo o Presidente Akufo-Addo:
“este desenvolvimento põe em causa o modo de vida democrático que escolhemos” e insistiu com os seus homólogos a “manterem-se firme para proteger a democracia e a liberdade na região.”
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