Conheça o Povo Karamojong do Uganda.
Conhece o Povo Karamojong? Não? Então vai ficar a conhecer.
África é um dos continentes com alguns povos que ainda mantêm as suas culturas intactas ou quase.
Terminamos com este artigo uma primeira série de vários, sobre alguns povos de África (mas muito poucos) que conseguiram preservar as suas culturas intactas durante séculos.
Em áreas remotas e planícies ricas do continente, existem grupos de pessoas que continuam a viver pacificamente, sem depender de nenhuma das invenções que o mundo moderno tanto valoriza.
Trazemos aos nossos leitores algumas dessas comunidades cujas tradições, costumes e modo de vida têm resistido surpreendentemente ao teste do tempo e à força arrebatadora da modernização.
Embora discutível para uns, não podemos deixar de reconhecer a coragem dos que continuam a viver da maneira que os seus antepassados viveram há gerações.
Os Karamojong
Os Karamojong habitam a região nordeste de Uganda há séculos. Acredita-se que tenham migrado para aí, vindo da Etiópia nos anos 1600.
Mas quem são os Karamojong?
Os Karamojong são guerreiros renomados em toda a África Oriental e que ainda vivem e praticam o seu antigo modo de vida, nomeadamente os pastores nómades.
Ocupam a região mais remota do nordeste do Uganda, a região de Karamoja, que faz fronteira com o Quénia e o Sudão do Sul.
De Kampala, capital do Uganda, à região de Karamoja, são aproximadamente 10 a 12 horas de carro, dependendo da estrada que se tome.
As pessoas de origem Karamojong têm como idioma materno uma das línguas nilótica do Uganda, Quénia e Sudão do Sul, Nilo-Saharan Kalenjin e vistas muitas vezes pelos seus compatriotas como pessoas “não civilizadas”.
Durante muito tempo, continuaram com os seus tradicionais estilos de vida como pastores seminomadas e são conhecidos pela sua tradição de “invadirem” zonas onde se encontra gado de outros povos.
Os Karamojong derivaram o seu nome da palavra local “Karimojong” que é traduzida como “velhos que ficaram para trás” referindo-se à época em que vários grupos migraram para outros lugares para procurar comida, água e melhores condições de vida e eles terem ficado para trás.
Acredita-se também que o nome também se possa ter originado de “ekar ngimojong”, que significa “os velhos não podem andar mais longe”.
A origem do povo Karamojong
Diz-se que migraram da Etiópia por volta de 1600 dC, mudaram-se e estabeleceram-se em várias partes do Quénia e Uganda separando-se em diferentes grupos em que precisamente um desses grupos, os Karamojong, ficaram para trás.
Reza a História que os Karamojong ficaram cansados do caminho e se estabeleceram em torno do Monte Moroto, no nordeste de Uganda, daí o nome ‘Karamojong.
Ainda nos dias de hoje mais de 370.000 deles residem em Moroto.
Se um dia visitar o Parque Nacional Kidepo Valley, no distrito de Moroto, é possível realizar um safári (viagem em Suali) cultural no interior da comunidade Karamojong para interagir com eles e aprender os seus antigos modos de vida.
Estilos de vida Karamojong
Tradicionalmente as casas (Manyattas) são feitas de forma única com materiais locais – lama, capim, esterco – e cercadas com plantas espinhosas destinadas a evitar que os animais, especialmente os perigosos, ataquem a comunidade, sobretudo durante a noite.
Os Karamojong orgulham-se muito da sua rica herança cultural, evitando usar roupas modernas, preferindo as roupa tradicionais, que consistem num xaile semelhante a um cobertor, geralmente em vermelho e preto. As mulheres também usam contas e colares muito elaborados.
De acordo com a prioridade em preservar as suas práticas culturais imaculadas pelo mundo moderno, os Karamojong mantiveram as suas crenças religiosas puras e adoram o seu deus, Akuj, de quem acreditam terem recebido todo o seu gado.
Nas comunidades Karamojong, os anciãos são sempre os decisores e desempenham um papel importante durante as reuniões ou rituais de casamento e outras actividades, ocupando-se também em cuidar das crianças e em orientar os jovens.
Durante o casamento, a partilha do gado é um dos grande temas e problemas a serem resolvidos e mais uma vez são os anciãos que fazem a mediação.
O que pensas sobre isto? Já tinhas ouvido falar dos Karamojong? Queremos saber a tua opinião, não hesites em comentar e se gostaste do artigo partilha e dá um “like/gosto”.
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