Fitch passa Angola de “CCC” para “B-“, perspetiva estável.
A agência de notação financeira Fitch Ratings melhorou a classificação “rating” de Angola passando de CCC para B-, com uma perspetiva de evolução estável, antevendo um expansão económica de 2,1% para este ano, depois de crescer 0,1% em 2021, leu Mercados Africanos num comunicado dessa agência de notação global, datado desta sexta-feira, 21 de Janeiro de 2022.
Segundo os analistas da Fitch a subida de notação de Angola deve-se sobretudo aos seguintes fatores:
“Uma melhoria substancial nas métricas externa e orçamental, sustentadas por um regresso ao crescimento económico positivo, boa gestão fiscal e preços do petróleo mais elevado”.
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A subida dos preços do petróleo Brent, foram também decisivos nesta subida de notação:
“Os preços do petróleo recuperaram significativamente desde o início da pandemia de covid-19 e a probabilidade de cenários negativos relacionados com os mercados petrolíferos caiu relativamente a setembro de 2020, quando descemos o rating para CCC, ou relativamente a setembro de 2021, quando mantivemos o rating em CCC”.
O rácio da dividida em relação ao PIB que tem vindo a diminuir de forma sistemática e influenciou esta decisão:
“O rácio da dívida do governo central (GC) em relação ao PIB caiu para 78,5% em 2021, uma melhoria acentuada em relação à nossa previsão de 126,9% na revisão de setembro de 2020 e bem abaixo de 123,8% do PIB em 2020” e os analistas da Fitch acrescentam “Prevemos que a dívida do governo central diminua ainda mais para 74,8% do PIB em 2022 e 73% em 2023”.
Mas a Fitch alertou para o facto da dívida de Angola se manter ainda acima da média de 68% do PIB, o que equivale à notação ‘B’.
A análise da Fitch demonstra também uma apreciação positiva na forma de como “As autoridades construíram um histórico significativo de reformas económicas orientadas para a estabilidade e consolidação fiscal no âmbito do Programa de Fundos Alargados do FMI, concluído em 2021”.
A restruturação do setor petrolífero, a implementação de um regime cambial mais flexível, a introdução do imposto sobre o valor acrescentado foram também medidas que apoiaram a decisão da subida de notação .
Embora com eleições dentro de pouco tempo e um aumento das pressões sociais a Fitch sublinhou que “não esperamos reversões acentuadas das políticas anteriores”.
Segundo os analistas da Fitch:
“As pressões de liquidez também diminuíram consideravelmente com o aumento das receitas de exportação de petróleo [….] deixando os saldos externos em posição confortável”.
A terminar e apesar desta subida de notação os analistas da Fitch não deixaram de mencionar que:
“A pressão sobre as finanças externas pode intensificar-se novamente se houver uma queda acentuada nos preços do petróleo”.
Também ressaltaram:
“O fraco desempenho em indicadores de governança e desenvolvimento humano” assim como “um dos mais altos níveis de dependência de matérias-primas”