FMI: O impacto da guerra na economia africana.
A Diretora-Geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), Kristalina Georgieva, reuniu-se, a 10 de Março 2022, com os ministros das Finanças e governadores de bancos centrais africanos, bem como representantes da Comissão Económica das Nações Unidas para África (UNECA), para debaterem o impacto económico em África, causado pela crise da guerra na Ucrânia.
No comunicado lido por Mercados Africanos emitido no final do encontro pelo FMI, Georgieva sublinhou que:
“África é particularmente vulnerável aos impactos da guerra na Ucrânia através de quatro canais principais: subida dos preços dos alimentos, aumento dos preços dos combustíveis, diminuição das receitas do turismo e acesso potencialmente mais difícil aos mercados de capitais internacionais”.
Ainda segundo o mesmo comunicado:
“A guerra na Ucrânia está a devastar as vidas de milhões de pessoas e a afetar gravemente a economia ucraniana. A guerra e as sanções sem precedentes impostas à Rússia estão a ter consequências profundas. Chegam num momento delicado para África”.
Ao ligar o início da recuperação pós pandemia com a guerra na Ucrânia, o comunicado do FMI acrescenta que:
“Precisamente quando a economia mundial e o continente estão a começar a se recuperar da devastação da pandemia de Covid-19, esta nova crise ameaça anular alguns desses avanços”.
“Debatemos como sustentar a recuperação de África – já desfasada em relação a outras regiões – apesar de novos obstáculos significativos”.
A Diretora-Geral do FMI no mesmo comunicado refere-se também a necessidade de se continuar a trabalhar para melhorar as políticas públicas:
“Trata-se de um momento crítico para a atuação conjunta da comunidade internacional e decisores políticos, e considero animador o forte interesse dos decisores políticos africanos em continuar o nosso diálogo sobre políticas públicas”.
“Observei, em especial, preocupações significativas sobre a margem de manobra limitada das políticas internas para enfrentar de forma sustentável as crises atuais”.
Ainda segundo a DG do FMI:
“A prioridade para muitos países é redobrar os esforços para a consecução de reformas que promovam ainda mais a resiliência. Neste momento difícil, o FMI está pronto para ajudar os países africanos a enfrentar as repercussões da guerra e a conceber e aplicar reformas”.
“A ajuda também será por meio do aconselhamento em matéria de políticas, desenvolvimento de capacidades e concessão de crédito. As recentes reformas do conjunto de instrumentos de empréstimo do FMI conferem maior flexibilidade para ajudar a satisfazer as necessidades de financiamento”.
“Também fiquei satisfeita com o forte interesse que os países africanos têm demonstrado na proposta de criação do Fundo Fiduciário para a Resiliência e Sustentabilidade, que planeamos ter plenamente operacional até ao final deste ano”.
Disse ela a terminar o comunicado dessa instituição financeira global.
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Imagem: © DR