Moçambique: Perspetiva Estável a Positiva.
A agência de notação creditícia Moody’s melhorou nesta sexta-feira, 11 de Março a Perspetiva de Evolução da economia moçambicana, de Estável para Positiva.
Na avaliação feita pelos seus analistas e devido à “melhoria da estabilidade macroeconómica”, a Moody’s melhorou em um nível a qualidade do crédito soberano em moeda local, que passou de Caa1 para B3.
Segundo a Moody’s esta decisão foi tomada porque:
“As previsões de melhoramentos abrangentes no perfil de crédito do país, liderado pela produção de gás natural liquefeito, e os esforços do governo para fortalecer a governação pública, que pode melhorar, com o tempo, a eficácia política face aos atuais níveis muitos fracos”.
Lê-se na nota divulgada pela agência de notação.
Um outro fator que contribuiu para esta melhoria, prende-se com a análise da Moody’s que confirma que a produção de gás natural no norte do país será fundamental para a evolução de Moçambique, mas que salientou que antecipa o regresso da TotalEnergies a Cabo Delgado no final deste ano (2022).
Apesar destas análises positivas e melhorias a Moody’s manteve Moçambique na nota “Caa2”, a quarta pior na análise do crédito soberano, o que significa no mundo financeiro um “risco de crédito muito elevado”.
Os analistas basearam-se em:
“As persistentes fraquezas do crédito, que sugerem, segundo eles, que ainda há um elevado risco de incumprimento financeiro, e relacionam-se com “a elevada dívida pública, a exposição a riscos cambiais e a vulnerabilidade a múltiplas fontes de choques, como a segurança e o clima”.
No entanto e paradoxalmente, os analistas da Moody’s, consideram que Moçambique tem conseguido, nos últimos anos, preservar a estabilidade macroeconómica apesar dos múltiplos choques, como os dois ciclones em 2019.
E apesar de a pandemia de Covid-19 e a guerra no norte do país, conseguiu também introduzir melhorias orçamentais e de eficiência da política monetária.
A Moody’s sublinhou que os próximos 12 a 18 meses “serão fundamentais para a Moody’s reavaliar “se os níveis de produção de gás natural e a gestão das futuras receitas pelo governo vão levar a melhorias sustentáveis na robustez fiscal e orçamental do país”.
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Imagem: © 2022 Francisco Lopes-Santos